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domingo, 23 de maio de 2010

Soneto da União


De repente do pranto fez-se o riso
Amigável e alegre da ternura
E das bocas desunidas fez-se a loucura
E das mãos soltas a união de sorriso.

De repente do solto fez-se unido
Que dos olhos fez o brilho
E do pressentimento fez-se o mudo
E do imóvel movimento fez-se o trilho

De repente não mais que de repente
Fez-se do amigo o amante
E da junção a alegria da gente

Fez-se do simples amigo o contente
Fez-se da vida uma aventura triunfante
De repente não mais que de repente.


Nota: sou muito revoltada com esses poemas da vida. Sempre falam do amor, principalmente das desilusões, e esquecem de falar da parte boa, como o começo. Como eu gosto muito do Soneto da Separação, que também mostra o lado triste do amor, resolvi fazer esse. Não ficou decassílabo, com rimas bonitinhas, mas é soneto ;D


MarinaV.

sábado, 22 de maio de 2010

Eu tenho uma Pequena


Siim, eu tenho uma Pequena. Ela é baixinha, muito fofa e dá vontade de apertar. Ela me entende, me ajuda, dar uma de mãe e cuida de mim.

Me lembro sim, jamais vou esquecer, daquele dia que simplesmente cai no choro de tal forma que me afoguei nas lágrimas e eu sei quem estava do meu lado segurando meu corpo, sei quem me deu a mão para eu segurar e me levantar, sei quem enxugou minhas lágrimas na sua roupa e quem disse que tudo ia melhorar.

Me lembro que já fui na casa dela. Me lembro do livro de química em cima da mesa, do estudo passo-a-passo, da calma, de toda a força pra me ensinar, pra me ajudar. Da maravilhosa hospedagem grátis, do carinho que a Pequena me tratou.

Me lembro, nesse exato minuto, que ela tá muito longe de mim. Ela é Pequena, mas ocupa um espaço enorme no meu coração. E ela me faz falta. Nossos estudos, nossas conversas, o ombro amigo, os conselhos, os cuidados, as ajudas...

Isinha, como você faz falta! :'(


MarinaV.

Casa da Bruna


Eu fico entre quatro paredes verde limão. Meus risos ecoam pela casa. Eu converso com a Gatona e ainda participo das reuniões familiares, mesmo sem pertencer à família. O lugar é mais ou menos assim: a entrada dá uma sensação de calma, o quarto trás as lembranças de milhares e milhares de conversas, a sala é um flashback de vários filmes e fotos, cada passo em cada cômodo me faz relembrar de que vivi muita coisa ali e que aquele lugar pertence à várias recordações da minha vida.

Acalma. Dar paz. Me deixa feliz. Ao mesmo tempo que é meu depósito de angústias, é meu depósito de alegrias. Guarda diversos acontecimentos, para cada riso uma foto, para cada lágrima um abraço. E é um lugar que é eternamente vigiado por duas guardiãs que, depois que deixam você conhecer o maravilhoso local, tornam-se duas fadas madrinhas suas, que sempre lhe recebem com a calma de um anjo, a paciência de uma mãe, a paz de um espírito e o amor que só uma irmandade é capaz de entender.

Eu vou a esse lugar com muita frequência. Lá eu me encontro. Encontro o ombro de consolo das minhas fadas, as histórias engraçadas da fantástica tia Alice e os miados conversativos da Gatona. Encontro a amizade. Encontro uma paz interior. Por isso, acho que esse lugar merece esse texto simples, modesto e calmo para relembrá-lo sempre com perfeição.

Eu tenho um paraíso terreno. E ele é a casa da Bruna. (;


MarinaV.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Ser Mãe


Ela carrega, limpa, orienta e ama.

Ela anima, brinca, sempre está disposta a tudo e nunca se abate.

A profissão que toda mulher vem destinada a ter: ser mãe.

Primeiro, ela descobre que tá carregando algo minúsculo, que já sente dor e já tem seu sistema nervoso ativado. Pode se abater no começo, mas depois a vinda do ser minúsculo a anima. Ele é seu, é fruto seu e todo cuidado com ele depende dela. Começa a comprar as roupinhas miúdas, os sapatinhos, o berço e tudo que ele tem direito. A família se prepara para a chegada do novo ser. Mas ela é quem está mais feliz por tudo.

Depois, chega o dia do parto. A família não sabe com o que se preocupar: com a mãe ou com o bebê. E pra ela, só o bebê importa.

É glorificante a hora em que ela pode pegar ele nos braços, ver ele, tocar nele, beijar ele de leve e sorrir pra ele, olhando nos seus olhos.

Depois vem outras glórias. Quando ele fala "mamãe", quando ele aprende a andar, quando ele vai pra escola, quando faz uma apresentação pra mãe no Dia das Mães... Enfim, são tantas glórias.

Mas toda mãe carrega um peso maior. Ela sabe que toda criança cresce, assume responsabilidades, tem que aprender a lidar com a vida... E o coração da mãe vive assim. Feliz por saber que tem um filho, triste por saber que ele habita esse mundo.


MarinaV.

Acabou


Ela queria chorar. Queria gritar. Queria correr para os braços de alguém que pudesse segurá-la em seu colo, consolá-la como uma criança que acaba de cair. A dor era grande. Era preferível ser uma dor externa, daquelas que você toma remédio e depois passa. Mas é assim, infelizmente. E às vezes, o tempo demora para curá-la. Demora a cicratrizar.

Sua dor. Sua perda. E não havia ninguém que pudesse fazer aquilo parar. Não dava pra voltar atrás. Por quê é tudo tão imprevisível, tão de repente, tão "Soneto da separação"? Talvez se pudesse ser previsto, mesmo que jamais pudesse ser evitado, talvez isso fizesse a dor diminuir...

Era tão nítido aquele último dia. Parecia tudo não normal. O último beijo não teve gosto de último beijo. Os abraços pareciam verdadeiros. Os sorrisos, o beijo no rosto... Tudo era farsa? Truque para enganar? Ela passou por objeto de uma farsa?

Não, as lágrimas não escorreram. Sua amiga estava longe demais para ela desabafar. Ele se fora. Tudo simplesmente acabou. E no fim só resta a você seguir em frente. Mesmo que você ainda esconda todas as fotos sem que ninguém saiba, mesmo que você se lembre de tudo querendo fugir das lembranças, mesmo que você deixe cair na eternidade os últimos momentos de vocês dois, mesmo assim, lutando contra seu passado, querendo ter uma memória de criança para poder esquecer tudo sem remorso e se livra da dor, no final, é assim. Você se apaixona de novo um dia, vive um novo amor, acha que vai durar pra sempre, o pra sempre acaba e novamente chega a dor. Mas é assim.

E, nessa hora, as lágrimas escorrem com o impacto. Tudo acabou.


MarinaV.

Sussurro


O frio terminou de tomar seu corpo. Ela sentiu. Os amigos vinham atrás, rindo de algo que no momento ela não pensava, não queria saber. Sua concentração estava canalizada para outra coisa. Ele ali, do seu lado, pedindo uma água para a vendedora. Ainda não estava olhando nos seus olhos e ela, por medo disso acontecer, passou a fixar seu olhar nas mãos deles. Elas eram bonitas.

Sua amiga lhe chamou. Falou algo no qual ela depois não se lembraria. Suas lembranças seriam outras, mais tarde, quando estivesse conversando com a mesma amiga, com um sorriso de vitória nos lábios, sentindo-se o ser mais feliz do mundo.

Ele botou a mão na sua cintura. Um gesto tão simples, tão normal, mas tão significativo para ela. Ela sentiu o frio aumentar e sabia que não era a temperatura do local que havia baixado. Aquele frio era bom. Ele pegou a água, lhe ofereceu, ela recusou. E então foram para a sala.

As lembranças são fortes nessa hora.

A entrada ainda estava iluminada, mostrando o caminho para as cadeiras. A telona ainda estava preta, sinal de que iria demorar um pouco para tudo começar. Pouco importava, o filme era o menos importante naquela noite. Ele a conduzia naturalmente, ainda não havia procurado o seu olhar, o que a deixou um pouco preocupada, apesar de sentir medo desse momento. Conduziu-a para um canto mais escuro do que os outros, e, por algum motivo, ela sentiu mais frio nesse momento.

Ela sentou-se. Sua amiga lhe falou que queria assistir outro filme, que iria passar em tal dia, em determinada hora... E mais algumas coisas, que volto a repetir, ela iria esquecer.

E então tudo apagou. Ela se deu conta de que ele estava do seu lado. Pegou a sua mão delicadamente, enquanto as luzes da tela ainda não acendiam, enconstou mais seu corpo no dela e falou sussurrando, baixinho, de um jeito que apenas ela entendeu e que tornou aquele momento tão perfeito. "Eu te amo", ele disse.


E num flash, num relapso, de tudo que ela mais queira se lembrar naquele dia, isso foi o que ficou. O sussurro.


MarinaV.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Rosa branca


Era inacreditável. Tão linda, tão meiga... Destruída!! Como ele pôde fazer isso?! Como?!! Era inacreditével. E, sem conseguir controlar sua raiva e tristeza, todos seus sentimentos foram conduzidos para seus ductos lacrimais.


Ela era linda. Pequenininha. Fofa. Branquinha com um leve rosado nas extremidades. Ele havia lhe dado ela com todo amor do mundo. Havia lhe dito que era a sua cara, lembrava a sua meguice e o corado do seu rosto quando estava com vergonha. Ela simplesmente cuidava dela com todo o carinho do mundo. Não era uma mera flor. Era a flor que o seu amor lhe deu. Era a sua minirosa branca. A flor na qual todo cuidado do mundo era pouco.

E agora... Ah, agora... Ela estava ali na sua frente completamente estraçalhada. Não sobrara nada. Ela morreu. Apenas conseguiu avistar uma pétala, suja de areia, murchando, e podia jurar que estava gritando socorro pra ela.

Ele a olhava. Seus olhos pidões pareciam querer se desculpar. Como pode um amor destruir outro amor? Seria ciúmes? Quanta inutilidade! Ela dava a mesma atenção para os dois, não havia por quê. Suas lágrimas corriam com mais intensidade. Podia sentir seu rosto avermelhar, não de vergonha, mas de raiva. Queria quebrar tudo, bater, esmurrar, gritar! Mas só conseguia chorar...

Ele lambeu seus pés, tentando consolá-la. Mas ela estava com raiva, não estava sobre seu controle.

- Sai daqui, seu inútil! Sai! - Tentou gritar com força... Mas sua voz saia rouca e abafada pelos soluços do choro.

Houviu alguém lhe chamar. Era ele. O que ele iria pensar se a visse daquele jeito, se esguelando por causa de uma planta?! Que se dane, a rosa era sua e ela tinha o direito de chorar.

- O que aconteceu? - Ele perguntou olhando pra ela, preocupado com tantas lágrimas vindas do seu lindo rosto.

- N-n-n-na-d-d-da... - Respondeu com as lágrimas abafando sua voz, novamente.

- Meu amor, pra quê tanto choro? - E ele veio abraçá-la, aquele abraço protetor, aquele abraço de carinho que a fazia sentir-se inabalável, como se nada fosse capaz de destruí-la ou machucá-la. E se recordou do dia que ele lhe deu a minirosa.

Ele estava meio envergonhado, falava de um jeito atrapalhado que a fazia rir. Mostrava-se agoniado, toda hora gesticulando, falando rápido que nem ela entendia. E, de repente, focou seus olhos nos dela. Ela sentiu seu rosto avermelhar com aquele olhar dele. Aquele olhar de que ela era o prêmio supremo da vida dele, que ela era tudo e que simplesmente fazia ela delirar.

-Comprei pra você - e mostrou a minirosa em um pequeno jarro, ainda brotando. - Assim como você é branquinha e fica vermelha nos seus momentos mais vitais, ela também fica. Combina com você.

E a entregou a mais linda rosa, a rosa que lembrava ela.

Droga! As lágrimas voltaram a correr. Lembrou-se que a rosa se fora. Todo o significado do dia em que tudo entre eles começou foi embora. E ela nada podia fazer. Voltou a soluçar.

- Ei, ei. Tá chorando por quê, minha linda?

Como havia perdido a capacidade de falar, apontou para o chão mostrando a rosa despedaçada, sentindo-se como uma criança de 5 anos que necessita do consolo incondicional de um adulto.

Ele riu.

- Tanto drama por uma rosa despedaçada por um cachorro?

Ela balançou a cabeça. Falou tão baixo que só ele conseguiu ouvir.

- Ela significava nós dois...

Ele riu novamente. Abraçou ela forte, o que fez seu coração dar saltos de alegria no seu peito, beijou-a no pescoço, fazendo sua respiração parar, e disse:

- O que significa nós dois é o nosso amor. E a minha rosa branca, minha verdadeira rosa branca, tá bem aqui, fazendo drama por causa de uma flor que pode muito bem ser comprada novamente. E mantida longe do cachorro.

Ela sorriu. Ainda chorando. Beijou ele no rosto e ele retribuiu o beijo. Depois beijaram-se.


Para as dramáticas de plantão como eu, que se apegam facilmente à pequenas coisas xD.


MarinaV.

sábado, 8 de maio de 2010

Conversação: Bruna Dantas


Bruna: Doida, tu virou noites aqui comigo inúmeras vezes, falando do Bruno, e eu falando do Victor. Quando não, falando do povo mesmo.

Marina: Eu sei... A gente tá fazendo 11 anos de amizade...

Bruna: Tu acha que eu não lembro?

Marina: Vai saber...

Bruna: Lógico que sim doida, e ainda vai durar muito!

Marina: Obrigada por me aturar todo esse tempo.



Siiim, quem diria!! Onze anos! E nossa irmandade de pé! Depois de tanto tempo, não tem outra classificação: você é minha irmã, faz parte de mim, faz parte da minha alegria, faz parte da minha vida. E eu te amo com toda a força do amor que existe dentro de mim. Obrigada por me aturar, me suportar, aguentar meus falatórios, minhas críticas, meus defeitos e tudo o mais. Obrigada por ser o que você é pra mim, Brunesa. Porque você merece um mísero texto aqui.



MarinaV.