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quarta-feira, 19 de maio de 2010

Rosa branca


Era inacreditável. Tão linda, tão meiga... Destruída!! Como ele pôde fazer isso?! Como?!! Era inacreditével. E, sem conseguir controlar sua raiva e tristeza, todos seus sentimentos foram conduzidos para seus ductos lacrimais.


Ela era linda. Pequenininha. Fofa. Branquinha com um leve rosado nas extremidades. Ele havia lhe dado ela com todo amor do mundo. Havia lhe dito que era a sua cara, lembrava a sua meguice e o corado do seu rosto quando estava com vergonha. Ela simplesmente cuidava dela com todo o carinho do mundo. Não era uma mera flor. Era a flor que o seu amor lhe deu. Era a sua minirosa branca. A flor na qual todo cuidado do mundo era pouco.

E agora... Ah, agora... Ela estava ali na sua frente completamente estraçalhada. Não sobrara nada. Ela morreu. Apenas conseguiu avistar uma pétala, suja de areia, murchando, e podia jurar que estava gritando socorro pra ela.

Ele a olhava. Seus olhos pidões pareciam querer se desculpar. Como pode um amor destruir outro amor? Seria ciúmes? Quanta inutilidade! Ela dava a mesma atenção para os dois, não havia por quê. Suas lágrimas corriam com mais intensidade. Podia sentir seu rosto avermelhar, não de vergonha, mas de raiva. Queria quebrar tudo, bater, esmurrar, gritar! Mas só conseguia chorar...

Ele lambeu seus pés, tentando consolá-la. Mas ela estava com raiva, não estava sobre seu controle.

- Sai daqui, seu inútil! Sai! - Tentou gritar com força... Mas sua voz saia rouca e abafada pelos soluços do choro.

Houviu alguém lhe chamar. Era ele. O que ele iria pensar se a visse daquele jeito, se esguelando por causa de uma planta?! Que se dane, a rosa era sua e ela tinha o direito de chorar.

- O que aconteceu? - Ele perguntou olhando pra ela, preocupado com tantas lágrimas vindas do seu lindo rosto.

- N-n-n-na-d-d-da... - Respondeu com as lágrimas abafando sua voz, novamente.

- Meu amor, pra quê tanto choro? - E ele veio abraçá-la, aquele abraço protetor, aquele abraço de carinho que a fazia sentir-se inabalável, como se nada fosse capaz de destruí-la ou machucá-la. E se recordou do dia que ele lhe deu a minirosa.

Ele estava meio envergonhado, falava de um jeito atrapalhado que a fazia rir. Mostrava-se agoniado, toda hora gesticulando, falando rápido que nem ela entendia. E, de repente, focou seus olhos nos dela. Ela sentiu seu rosto avermelhar com aquele olhar dele. Aquele olhar de que ela era o prêmio supremo da vida dele, que ela era tudo e que simplesmente fazia ela delirar.

-Comprei pra você - e mostrou a minirosa em um pequeno jarro, ainda brotando. - Assim como você é branquinha e fica vermelha nos seus momentos mais vitais, ela também fica. Combina com você.

E a entregou a mais linda rosa, a rosa que lembrava ela.

Droga! As lágrimas voltaram a correr. Lembrou-se que a rosa se fora. Todo o significado do dia em que tudo entre eles começou foi embora. E ela nada podia fazer. Voltou a soluçar.

- Ei, ei. Tá chorando por quê, minha linda?

Como havia perdido a capacidade de falar, apontou para o chão mostrando a rosa despedaçada, sentindo-se como uma criança de 5 anos que necessita do consolo incondicional de um adulto.

Ele riu.

- Tanto drama por uma rosa despedaçada por um cachorro?

Ela balançou a cabeça. Falou tão baixo que só ele conseguiu ouvir.

- Ela significava nós dois...

Ele riu novamente. Abraçou ela forte, o que fez seu coração dar saltos de alegria no seu peito, beijou-a no pescoço, fazendo sua respiração parar, e disse:

- O que significa nós dois é o nosso amor. E a minha rosa branca, minha verdadeira rosa branca, tá bem aqui, fazendo drama por causa de uma flor que pode muito bem ser comprada novamente. E mantida longe do cachorro.

Ela sorriu. Ainda chorando. Beijou ele no rosto e ele retribuiu o beijo. Depois beijaram-se.


Para as dramáticas de plantão como eu, que se apegam facilmente à pequenas coisas xD.


MarinaV.

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