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segunda-feira, 27 de junho de 2011

O laço


Para você, entrego o meu laço. Este laço sem cor, apenas branco, que suja fácil, mas que é um laço. O meu laço. Lhe entrego ele. Eu sei que não é um presente de se colecionar, mas acho que você deveria, a partir de agora, aprender tal arte. Os laços são raros... Os verdadeiros laços são raros. Entrego este para você e peço-lhe que cuide bem dele para não deixá-lo romper. Os laços são fáceis, ao mesmo tempo complexos. Eles se enroscam, mas não se enrolam; eles unem suas pontas, mas não as funde; e no final formam algo concreto e firme, mas que basta um puxãozinho e as duas partes se desfazem, cada qual para o seu lado, como se nunca estivessem unidas antes. Os laços não são nós. Eles jamais prendem. Eles unem. Por isso lhe entrego o meu laço. Quero você unido comigo, não preso a mim. Quero apenas que você me ajude a construir e a cuidar desse lado, unindo as nossas partes, nos enroscando, dando uma volta e formando um belo laço. Um laço bem firme, um laço difícil de romper, mas um laço que não precise de nós para manter-se no lugar. E o nosso laço não irá amarrar o cadarço, não irá enfeitar o presente, não irá acompanhar um cartão de festas, não irá servir como fachada. O nosso laço é apenas um laço de namoro. Um laço que nos mostre juntos, unidos e amando um ao outro. O nosso laço.
MarinaV.
Em alusão à O laço e o Abraço, de Mário Quintana. (;

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