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sexta-feira, 21 de maio de 2010

Acabou


Ela queria chorar. Queria gritar. Queria correr para os braços de alguém que pudesse segurá-la em seu colo, consolá-la como uma criança que acaba de cair. A dor era grande. Era preferível ser uma dor externa, daquelas que você toma remédio e depois passa. Mas é assim, infelizmente. E às vezes, o tempo demora para curá-la. Demora a cicratrizar.

Sua dor. Sua perda. E não havia ninguém que pudesse fazer aquilo parar. Não dava pra voltar atrás. Por quê é tudo tão imprevisível, tão de repente, tão "Soneto da separação"? Talvez se pudesse ser previsto, mesmo que jamais pudesse ser evitado, talvez isso fizesse a dor diminuir...

Era tão nítido aquele último dia. Parecia tudo não normal. O último beijo não teve gosto de último beijo. Os abraços pareciam verdadeiros. Os sorrisos, o beijo no rosto... Tudo era farsa? Truque para enganar? Ela passou por objeto de uma farsa?

Não, as lágrimas não escorreram. Sua amiga estava longe demais para ela desabafar. Ele se fora. Tudo simplesmente acabou. E no fim só resta a você seguir em frente. Mesmo que você ainda esconda todas as fotos sem que ninguém saiba, mesmo que você se lembre de tudo querendo fugir das lembranças, mesmo que você deixe cair na eternidade os últimos momentos de vocês dois, mesmo assim, lutando contra seu passado, querendo ter uma memória de criança para poder esquecer tudo sem remorso e se livra da dor, no final, é assim. Você se apaixona de novo um dia, vive um novo amor, acha que vai durar pra sempre, o pra sempre acaba e novamente chega a dor. Mas é assim.

E, nessa hora, as lágrimas escorrem com o impacto. Tudo acabou.


MarinaV.

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