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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Minhas lágrimas


E eu já não sei mais o que fazer com essas lágrimas que me escorrem. Essas lágrimas que saem de mim querendo levar junto com elas a minha tristeza, mas a tristeza... Ela não sai tão fácil assim. Enquanto as lágrimas jorram, a tristeza penetra no local mais profundo da minha consciência e lá se armazena, procurando a calma de espírito bater, o rio de lágrimas parar de correr e finalmente, finalmente, algum sentimento racional se manisfestar e perguntar o por quê de tudo aquilo. Por quê há mágoa, por quê a mágoa, por quê o sentimento de culpa se eu não fiz nada?


As lágrimas não mais escorrem. Mas parecem que ainda percorrem as minhas veias, os meus nervos, os meus desejos e o meu cérebro. Porque eu simplesmente não sei o que pensar. Não há nada para dizer nem para falar. Agora o silêncio se apossa do meu ser e tudo se resume a essas palavras. Essas palavras que não são ditas nem pronunciadas.


E nesse momento meu pensamento parece que se resume ao nada. E por um instante minúsculo, pouco e pequeno eu sinto felizmente que viver sem pensar seria a solução de muita coisa no meu mundinho. Mas caio na real: se eu estou refletindo que viver sem pensar seria é bom, é porque estou pensando. E o sopro vital retorna. E tudo retorna.


Então eu me concentro em pensar na música "Tente outra vez" do Raul Seixas. Encontro algo que me estimule temporariamente. E vou finginfo que estou contente e feliz novamente. E de tanto fingir eu realmente fico. Caio nos risos dos meus amigos e volto ao normal. Ao que é supostamente normal: o cotidiano.


Mas me abato de novo quando penso que vivo em círculos capitalistas que vão e vem e me obrigam a seguir essa rotina entediante, que me obrigam a ser aprisionada a diversas responsabilidades e deveres a cumprir, que me obrigam a ser humana, limitada, pensante, errante e, no meu ver, idiota.


MarinaV.

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