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segunda-feira, 27 de setembro de 2010


Teresina, 27 de setembro de 2010.


Mestre,


Hoje lhe escrevo esta carta de despedidas. Quero abandonar esta estação onde aprendi as minhas maiores lições, porque chegou a hora da minha partida. E Mestre, por favor, não tente me impedir, simplesmente me liberte como aquela borboleta que agora sai do seu casulo e abre as asas rumo à liberdade, rumo ao ciclo da vida, rumo ao vento. Por favor Mestre, me liberte.

Ainda me lembro dos nossos momentos, Mestre, me lembro de todo apoio que você me deu. Me lembro de toda atenção, de todo carinho e de todo cuidado para ensinar cada lição para mim, para fazer de cada palavra uma oração, um veredito, uma verdade universal que eu sempre tive que apenas aceitar, jamais contrariar ou opinar.

Mas Mestre, lamento ter criado opiniões. Lamento ter descobrido seus segredos e seus desejos, bem como seus defeitos. Eu tive que descobrí-los. Descobri que nem todas as suas verdades eram tão reais, tampouco as suas lições. Seus ensinamentos irei sempre levar, mas também guardarei no peito o seu ato de traição, para que fique bem marcado o quanto passei toda uma vida sendo enganada.

Mestre, minha razão sobressaiu à minha emoção, e agora, agora é muito tarde para reverter minhas ideias e voltar atrás. O passado é regado de boas lembranças, mas o presente me dói agora, ao descobrir que você mentiu pra mim. Você, Mestre, você tem defeitos. E o MEU MESTRE, pra mim, era perfeito. Você quebrou a linda taça do nosso amor, você a despedaçou, e agora mestre, cada caco dessa taça perfura cada lembrança sua que carrego na alma, e dói muito, Mestre.

Não sei quem vai retirar os cacos. Não sei em que ser irei me inspirar agora. Mas Mestre, você... Você me traiu. Agradeço ao seu serviço, agradeço à sua atenção, agradeço aos seus ensinamentos, mas agora eu vou partir. E vou seguir a minha vida sozinha. Talvez tenha algum discípulo e carregue responsabilidade semelhante à sua, de ser mestre. Mas Mestre, jamais mentirei para um discípulo meu.

Não se esqueça porém, meu Mestre, que para todo o sempre você será meu Mestre. Para todo o sempre serei sua discípula. E para todo o sempre, cada palavra de mágoa e de lição ficarão guardados aqui, nos meus cacos, ou no meu coração. Ainda lhe amo muito, Mestre...

Adeus, meu Mestre.

Da sua eterna discípula.


P.S: Para o meu Mestre.


MarinaV.

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