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sábado, 14 de agosto de 2010

Ainda não passou


Passa o tempo, passa o ano, passa o mês. Passa a hora, o minuto e o segundo. Tudo quanto era de tempo passou. E eu me iludi com a ideia errônea de que o tempo tudo cura, tudo passa. Mas você não passou para mim.

Você continua sendo quem eu penso quando abro os olhos. Continua sendo quem eu penso quando olho fixamente para o telefone. Continua sendo quem eu penso quando estou feliz e quero alguém para dividir minha alegria. Continua sendo simplesmente quem eu penso. E eu iludo meus sentimentos achando que você me esqueceu, que você me deixou, que você já não existe mais para mim. Mas eu não te esqueci, não te deixei.

Eu apaguei as fotos, apaguei os textos, enterrei todas as lembranças concretas do que ocorreu, mas não apago as abstratas. Elas me acompanham naquela minha pausa para tomar um café no trabalho, ou quando estou debaixo do chuveiro lavando meu rosto.

Aquelas rosas murcharam. Estão ali no canto. Minhas unhas estão por fazer. Meu cabelo está natural. Minha maquiagem está na gaveta lateral do armário, talvez com alguma poeira. Meus saltos eu doei para alguém que estivesse com algum motivo maior que o meu para usá-los.

E mesmo que todo final da tarde de um domingo me preencha com a vontade de invadir a tua casa e deixá-la em cinzas, meu outro lado tem vontade de te encontrar numa segunda-feira na beira da praia, após o trabalho, para passearmos abraçados por aí apenas rindo do quanto é bom amar.


É difícil admitir o quanto acabou. E ainda vejo lembranças todos os dias, ainda tenho notícias suas e o meu vínculo indireto com você está longe de ser desfeito. Muito longe.


MarinaV.

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