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quarta-feira, 3 de março de 2010

Teoria do Ócio


A mente humana é algo brilhante, mas também deplorável. Tudo bem, podem dizer que eu sou pessimista, mas não neguem: a nossa mente voa, flutua, boia e raramente pensa.

Quantas vezes você já se viu sentado em frente à TV, assistindo algum seriado e, do nada, simplesmente se lembra que existem coisas mais importantes à fazer. E você vai fazer? Às vezes nunca faz. A isto denominamos de ócio.

O que eu quero dizer, resumindo, é que nós, humanos, com polegares opositores e uma mente altamente brilhante e racional, somo ociosos por natureza. Nos distraímos fácil, ou nos deixamos distrair facilmente. E isso é algo triste, já que perdemos minutos (e até horas) da nossa vida fazendo coisas inúteis, coisas que não possuem finalidade nenhuma, a não ser a de esfregar na sua cara que você é um idiota.

Por favor, não me levem à mal, podem me criticar, aceito todas as críticas, mas nada mais explica a existência do BBB além desta Teoria do Ócio.

Explicando empiricamente o processo, levando bem pro lado matémático-científico, sem fórmulas, o ócio nos impulsiona a assistir algo tão deprimente como o BBB. Primeiramente, nós nos vemos à noite, depois de um longo dia de estudante, trabalhador ou vagabundo, sem ter nada à fazer, além de descansar e dormir. Porém, em alguns casos, o sono não vem de imediato, e nós, caçadores do "nada pra fazer", vamos para a televisão procurar "algo pra fazer" e nos distrairmos para esquecermos, temporariamente, que existe uma vida com problemas, obrigações e cheia de lutas capitalistas.

Ligando a televisão, nos deparamos com as distrações mais repugnantes que podem existir, como as novelas, o BBB, os jornais entre diversas outras coisas. Tirando os jornais - que servem para nos informas das desgraças do mundo - o resto de nada serve. Mas mesmo assim permanecemos ali, cara-a-cara com a TV, sentindo prazer em observar a vida alheia, em ver o drama da novela (que narra sempre a mesma historinha abusiva, sempre a mesma fita sendo reboninada diversas vezes), concentrando-nos na ociosidade da noite.

Claro que esse maravilhoso ócio da noite nos ajuda muito. Alivia o nosso estresse, nos deixa com sono, nos distrai temporariamente do mundo... E assim seguimos, como seres que tentam fugir da dura realidade da vida. De certa forma, o ócio é bom. Não quero criticar programinhas fúteis como o BBB e as novelas. Cada um ali está, também, no mesmo mundo capitalista que eu estou e acharam aquela forma completamente imbecil de ganhar a vida. Mais imbecil de quem fez/faz o BBB é quem assiste, quem perde preciossos minutos da sua vida assistindo algo tão inútil.

O que quero alertar, quero gritar e se pudesse abriria a cabeça de todo mundo para atentar a essa verdade é que ainda existem livros. A televisão não é o único meio de desfrutar do ócio. E não dói ler. O livro não vai lhe comer, lhe abusar, lhe criticar, lhe usar, lhe enraivecer. O livro vai apenas lhe constituir, como um ser íntegro e intelectual. Afinal de contas, inteligência nunca saiu de moda e sempre faz a diferença. E mesmo que seja um livro que não preste, você ainda assim aprende com ele. Aprende que não deve escrever daquele jeito. Ao menos um proveito você tira de qualquer livro, mas duvido se irá tirar um simples proveito de assistir a novela das oito.

O ócio nos é útil. Mas só depende da gente saber fazê-lo útil.


MarinaV.

Um comentário:

  1. É tão bom saber que existem pessoas que não perdem tempos com esse tipo de coisas. Só não concordo com uma coisa, "Claro que esse maravilhoso ócio da noite nos ajuda muito. Alivia o nosso estresse, nos deixa com sono, nos distrai temporariamente do mundo...", pelo ou menos a mim irrita.
    Muito bem escrito!

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